De alguma vontade nascemos. Uma ideia. O desejo. Construções, ferramentas. Vida, realidade, criatividade. Tudo transformado, inventado, adquirido. Onde pisamos, onde tocamos, onde olhamos. De algum querer recriamos. Reparo nosso legado, sinto o fluxo que mantém tudo em movimento. Existe força maior do que aquilo que você almeja?
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Estar bem consigo, requer estar bem consigo. Requer estar com o outro, estando consigo. Requer estar sozinho, estando consigo. Requer se sentir parte do mundo, estando consigo. Requer se sentir parte de um todo, estando consigo. Requer a paz, o silêncio e a euforia, estando consigo. Requer encontrar seus limites, estando consigo. Requer contemplar, agradecer e temer, estando consigo. Requer sofrer, se arrepender e se lembrar, estando consigo. Requer fazer escolhas, entender seu querer, agir, ser responsável, estando consigo. Requer continuar um caminho, o único caminho, seu caminho, estando bem consigo. Título da imagem: Desenho do homem como dançarino (tradução livre) Oskar Schlemmer (1921)
Chá
Lá está ele. O momento. Outro mundo, no mesmo mundo. Vem o aroma, mais mundos e agora sensações. Estou aqui? Sim. Consciente! O sabor me invade, sincero, não camuflado por doces nem azedos. Agora sentimentos, todos em mim. Sou comigo, o calor e o momento. Arrebatada, despretensiosamente.
Sobre os vinte e tantos anos? Não há volta. Não há possibilidade de refazer o que passou, o que já foi. Mesmo que houvesse, algo me impede. Como nos meus desenhos, onde não gostava de apagar os erros, apesar de me esforçar para diminuí-los no seguinte. Como nas notas que saiam desafinadas, apesar da rigidez em tentar seguir a partitura. Acho que a ida pode ser um pouco assim agora. O esforço vai para (tudo) aquilo que ainda pode ser feito.