No mar

Cai a noite, sobem as estrelas. Segue cautelosamente em mar aberto. Canta a música da partida e do medo. Um misto de saudade e vontade. Não lhe bastam as árvores, nem a umidade por entre os pés na madeira fina, ou o balançar hipnótico das ondas pelo seu corpo. Os olhos se perdem no horizonte. Quer abrir caminhos que não deixam marcas, saciar a fome de sal, desvendar segredos profundos. Vai pelas águas. Água. No mar. Águas. Terra! Ele clama. Preciso! Já não há. Está todo tomado. Nas suas veias. No suor que escorre. Na saliva aquecida. Na extensão de si. Tudo é água. Assim, não ficou lá, nem cá. Desfez-se em lágrimas durante a travessia.

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